Bob Marley marcou toda uma geração e até hoje continua sendo forte
influência com suas músicas, suas frases, sua história de vida. Em todo o
mundo e de forma especial no Brasil há milhares e milhares de fãs que
vão ensinando as gerações mais novas a gostar das músicas deste cantor
que até hoje é lembrado com muitas saudades.
Mas que foi Bob Marley?
Seu nome completo era Robert Nesta Marley, nascido na Jamaica em 1945,
era um cantor, compositor e guitarrista e foi o maior responsável em
fazer com que o reggae se tornasse reconhecido no mundo inteiro.
Como tantos outros artistas, teve uma história marcada por uma vida
muito difícil, precisou superar obstáculos ainda bem cedo e na juventude
de Marley, nas favelas de Kingston, ele retirou boa parte das histórias
que iriam fazer parte de suas músicas.
Three Little Birds (Tradução - Legendado PT/BR)
As influências
Suas principais influências no começo da carreira foram Ray Charles e
Curtis Mayfield, que conheceu junto com seu amigo Bunny. Com ajuda de
um cantor chamado Joe Higgs, os dois acabaram conhecendo Peter McIntosh.
Pouco tempo depois, os três vieram formar o grupo "Wailling Wailers".
Em 1962, o empresário Leslie Kong conheceu Marley e gravou algumas
músicas com ele. Ao mesmo passo que "Wailing Wailers" chamou a atenção
do rastafári Alvin Patterson que, os apresentaram para o produtor
Clement Dodd. No ano seguinte foi lançado o primeiro single do grupo.
Bob se casou e viajou para os Estados Unidos, onde sua mãe passou a
morar. Na volta, a banda mudou de nome, passando a se chamar apenas "The
Wailers". Com ajuda do cantor americano Johnny Nash, o grupo gravou em
1971 o primeiro álbum que levou o nome de "Catch A Fire".
Em 1972 o grupo realizou uma turnê na Inglaterra e nos Estados Unidos.
No mesmo ano foi lançado o álbum "Burnin", que continham sucessos como
"I Shot The Sheriff". Os próximos dois discos receberam o nome de "Rasta
Revolution" e "Natty Dread" ambos de 1974. Este último continha "No
Woman, No Cry", a canção que projetou o músico rastafári aos quatros
cantos do mundo.
No Woman No Cry (Legendado)
Get Up Stand Up Ao Vivo (Tradução - Legendado PT/BR)
Em 1975, o álbum "Rastaman Vibrations" alcançou o top das paradas nos
Estados Unidos. O sucesso começou a incomodar e ele sofreu uma
tentativa de assassinato no ano seguinte. O susto serviu para que ele
atravessasse o oceano para ir morar em Londres, aonde viria a gravar o
incrível "Exodus".
I Shot The Sheriff (Live in Santa Barbara, California) - Legendado
Exodus Ao Vivo (Legendado PT/BR)
Bob Marley no Brasil - 1980
Esta fotografia foi feita por Frederico Mendes em 19 de março de 1980, durante a única visita ao Brasil do rei do reggae Bob Marley.
A gravadora Ariola organizou às pressas uma partida de futebol para
Marley com alguns artistas e jogadores, e assim os times foram formados:
Bob Marley, Junior Marvin, Paulo César Caju, Toquinho, Chico Buarque e
Jacob Miller, de um lado, e de outro lado Alceu Valença, Chicão, e mais
quatro funcionários da gravadora. O time de Bob deu uma goleada de 3 x 0.
O Rastafari
Até quem não gosta de Bob Marley com certeza conhece uma ou algumas de
suas músicas.
Uma outra marca registrada de Bob Marley era sua paixão pela religião
rastafári, influência essa que veio de sua esposa Rita e que
posteriormente, se difundiu pelo mundo sempre com a marca registrada de
suas madeixas e seu estilo de vida rasta.
O Movimento Rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) também conhecido como rastafarianismo
É um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová encontrada no salmo 68:4 na versão da Bíblia do Rei James, e faz parte da Trindade sagrada o messias prometido. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação.
O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses afro-descendentes em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope.
Alguns historiadores, afirmam que o movimento surgiu, e teve
posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo
jamaicano, o que favorece o surgimento de ideias religiosas e líderes
messiânicos.
Outros fatores inerentes ao seu crescimento incluem o uso sacramentado da maconha ou "erva", aspirações políticas e afrocentristas, incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey
(também freqüentemente considerado um profeta), o qual ajudou a
inspirar a imagem de um novo mundo com sua visão política e cultural.
O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns
rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma
classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos
rastas.
O movimento rastafári se espalhou muito pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do reggae; mais notavelmente pelo cantor e compositor de reggae jamaicano Bob Marley. No ano 2.000 havia aproximadamente um milhão de seguidores do rastafarianismo pelo mundo,algo difícil de ser comprovado devido à sua escolha de viver longe da
civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com os
rastafáris. Muitos rastafáris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares do Levítico e do Deuteronômio no Velho Testamento.
O encorajamento de Marcus Garvey aos negros para terem orgulho de si mesmos e da sua herança
africana inspiraram Rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles
eram ensinados que haviam sofrido uma lavagem cerebral para negar todas
as coisas negras e relativas à África, um exemplo é o porque que não se
ensinava sobre a antiga nação etíope, que derrotou os italianos duas
vezes e foi a única nação livre na África desde sempre. Eles mudaram sua
própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e
saídos das selvas para um desafiador movimento pela cultura africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo da natureza e da savana africana e seus leões,
em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles tem
da cultura africana. Viver próximo e fazer parte da natureza é visto
como africano. Esta aproximação africana com a natureza é vista nos dreadlocks, ganja, e comida fresca, e em todos os aspectos da vida rasta. Eles desdenham a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida artificial e excessivamente objetivo, renegando a subjetividade a um papel sem qualquer importância.
Os rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é por
uma visão de fora, enquanto eles encaram a vida, de dentro olhando para
fora; e todo rasta tem de encontrar sua própria verdade.
Outro importante identificador do seu afrocentrismo é a identificação
com as cores verde, dourado, e vermelho, representantativas da bandeira
da Etiópia. Elas são o símbolo do movimento rastafári, e da lealdade
dos rastas a Hailê Selassiê, à Etiópia e a África acima de qualquer
outra nação moderna onde eles possam viver. Estas cores são
freqüentemente vistas em roupas e decorações; o vermelho representaria o
sangue dos mártires,
o verde representaria a vegetação da África enquanto o dourado
representaria a riqueza e a prosperidade do continente africano.
Muitos rastafáris aprendem a língua amárica,
que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a
língua de Hailê Selassiê, e para identificá-los como etíopes; porém na
prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente a versão do
inglês conhecida como patois jamaicano. Há músicas de reggae escritas em amárico.
A dieta rastafári
Os rastafáris adotam 9 principios sendo o 2º principio: "Coma apenas I-tal", um termo Rasta que significa puro, natural ou limpo. Uma série de leis de dieta e de higiene foram formuladas para acompanhar a doutrina religiosa Rastafari. Um verdadeiro Rasta não poderia ingerir álcool, tabaco, mas usa a Cannabis (maconha ou ganja) de forma ritual.
São basicamente vegetarianos, dando uso escasso a alguns alimentos de origem animal, ainda assim proibindo o uso de carnes suínas de qualquer forma, peixes de concha, peixes sem escamas, caracóis e outros.
A comida I-tal seria o que Jah ordenou que fosse: "tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação." "Melhor é a comida de ervas, onde há amor, do que o boi
cevado, e com ele o ódio." É comida que nunca tocou em químicos e é
natural e não vem em latas. Quanto menos cozinhados, melhor, sem sais,
condimentos, pois assim possui maior quantidade de vitaminas, proteínas e força vital. As bebidas são, preferentemente, herbais, como os chás. A bebida alcóolica, o leite ou café são vistos como pouco saudáveis.
Dreadlocks
Outro costume comum proibido era o de cortar ou pentear os cabelos.
Essa tradição religiosa Rasta também é fundamentada em diretrizes
sagradas. O "Dread", de forma abreviada, também serve para que sempre
esteja ligado com o corpo, ou seja, cada Dread é ligado espiritualmente
com alguma parte do corpo.
Maconha
Ganja e marijuana são algumas designações para a Cannabis, uma erva psicoativa
milenar. Ela é usada pelos Rastas, não para diversão ou prazer, mas sim
para limpeza e purificação em rituais controlados. Alguns Rastas
escolhem não a usar. Muitos sustentam o seu uso através de Génesis 1:29:
“E disse Deus:
Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a
face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente,
ser-vos-á para mantimento.”
A Medicina
A tradição Rastafari rasta não permite o uso (especifico para a cura de alguma doença)de qualquer tipo de remédio que não seja natural(ervas medicinais, por exemplo). Outro costume rasta, relacionado com a medicina, é a não presença de hospitais, médicos, etc... A origem desses hábitos provem de Génesis
1:29 , pois 'Jah' refere o uso de todo tipo de erva ou planta
proveniente da face de toda a terra. Além disso, possuem a crença de que
apenas 'Jah'(ou tudo que provém de sua grandeza, 'naturais') pode
'curar' um enfermo, e nenhum outro ser (médicos e etc) possui essa
capacidade.
A morte de Bob Marley
Em julho de 1977 Marley descobriu uma ferida no dedão de seu pé direito, que ele pensou ter sofrido durante uma partida de futebol.
A ferida não cicatrizou, e sua unha posteriormente caiu; foi então que o
diagnóstico correto foi feito. Marley na verdade sofria de uma espécie
de câncer de pele, chamado melanoma maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos o aconselharam a ter o dedo amputado,
mas Marley recusou-se devido aos princípios rastafaris que diziam que
os médicos são homens que enganam os ingênuos, fingindo ter o poder de
curar. Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua
dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que
se encontrava no auge (na verdade, a preocupação de Bob Marley era
quanto à amputação de qualquer parte de seu corpo, seja o dedo do pé ou
suas rastas. Para os seguidores dessa religião/filosofia, não se deve
cortar, aparar ou amputar qualquer parte do corpo). Marley então passou
por uma cirurgia para tentar extirpar as células cancerígenas. sua
doença foi revelada para seu público.
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